quinta-feira, 18 de novembro de 2021

A Lição do Clitóris

O clitóris é um substantivo que, apesar de ser masculino, nem sempre por eles é visto.
Mas vamos lá, hoje eu vim aqui pra ensinar,
Então atenção meninos e homens de plantão
É hora de vocês tomarem uma lição!
E não é pra chegar apressado pelo amor da deusa, calma!
O clitóris gosta de ser atiçado.
Pois não é a toa que ele fica escondido entre os grandes lábios.
E também não vem querer sair entrando.
Esse pornô que vocês assistem não tem nada a ver como o que eu estou ensinando.
Então calma rapazes, é só respirar 
Pois o melhor ainda está pra chegar 
Então aproveitem para se saciar
Pois quando o clitóris sabe ser apreciado
Eu garanto um final bem lambuzado.
E não precisa se assustar, antes de sair mexendo é só perguntar 
Tá bom assim ou você quer mais devagar?
E por favor, não sai enfiando o dedo achando que tá abalando
pra chegar aí o clitóris precisa estar inflando
Então pra não errar, é simples
Chega com a língua de mansinho 
E circunde esse belo lugarzinho.
Ele fica no topo ali bem no comecinho
E depois que você achar 
Aí sim o ritmo pode aumentar.
Mas não aperta, não belisca e se for chupar por favor chupa com delicadeza
o clitóris não é nenhum Kibon Frutily de framboesa. 
E aqui vai a dica infalível pra essa situação
nunca, nunca deixe de prestar atenção.
Porque o clitóris dá todos os seus sinais pela nossa respiração.
E se tiver dando algo de errado,
só pergunte como você pode ser ensinado.
E aí meu amor, se o ritmo você acertar,
por favor nem pense em parar. 
Que essa é a hora que você vai se molhar. 
E é só manter o fluxo e aproveitar que rapidinho você vai se fartar!
Pois o clitóris é o único órgão do nosso corpo que foi feito exclusivamente pra gozar!
Então atenção meninos e homens de plantão!
Por favor, aprendam de uma vez por todas essa lição! 

Analogia da Puta

A puta! Eu gosto dessa palavra, ela tem imponência.
Oh Puta!
Eu não me ofendo com ela, pelo contrario, eu me aproprio da puta.
Porque uma puta, quando se identifica puta e se reconhece na sua putisse, ela domina . 
A puta livre não pertence a ninguém, ela é independente, ganha seu próprio dinheiro e sabe bem o que quer. 
A puta intimida os outros e não porque ela gosta, mas é porque  ninguém entende quem é a puta de verdade.
Porque a puta não entra em rótulos , ela não é o padrão que os homens conseguem intimidar. Eles ficam perdidos com uma puta, a puta assusta os homens e espanta os meninos.
E A puta faz qualquer macho escroto adorar sua buceta, desculpa, é que a puta é assim mesmo, escrachada!
É que ela não tem vergonha de ser puta, ela é dona de si, do seu próprio corpo, sabe se defender sozinha, sabe gozar sozinha e ensina os outros a gozar com ela também.
Mas nem sempre a vida  puta da puta é fácil! 
A puta sofre também, sofre muito.
Meu deus tem dias que é muito difícil ser puta.
Tem dias que rebaixam a puta, pelos simples fato de ser puta. 
em puta que apanha, tem puta que é estuprada e tem puta que morre, todos os dias tem uma puta que morre
e mesmo assim a puta sai de casa, todos os dias, mesmo com medo de ser a próxima a puta vai.
Porque é assim que a puta é, destemida, ela sempre mostra o seu melhor e mostra em dobro, pra saberem que a puta está sendo braba! porque se a puta não provar isso sempre, ela vai ouvir que não fez bem porque é puta!
E é assim desde que ela nasceu, todo dia é  um dia de julgamento, todo dia é  um dia de puta!
E é por isso que eu empodero a puta, porque ser puta é foda!!  E Eu tô aqui ressignificando essa palavra por que eu sou puta também , na verdade eu sou muito puta, Meu deus!
Eu sou puta pra caralho!

sexta-feira, 3 de setembro de 2021

Meu Futuro

A Writer por Lucian Freud


Eu me encontrei com o futuro.

Sim! Eu dei de cara com ele no meio de um sonho realizado e ele me recebeu com o calor do seu abraço.

Não foi um encontro marcado sabe? Quando eu vi ele tava ali de sorriso aberto, pronto pra iluminar e colorir tudo aquilo que só ele sabe ver.

É, acho que eu posso dizer que o futuro é meu amigo agora e também, preciso admitir que se eu não tomar cuidado, eu posso me apaixonar por ele. Afinal, é muito difícil não gostar do futuro e é mais difícil ainda não pensar nele depois de sentir seu olhar infinito em mim . 

Porque o futuro quando fala comigo me toca com os olhos e é um olhar fixo, profundo que parece querer me dizer algo quieto. E por mais que eu tente entender esse olhar, o futuro é algo incerto, difícil de explicar. 

Mas mesmo com toda essa incerteza, eu confio nele sem medo e confio, porque sinto ele acender em mim aquilo que as vezes nem eu acreditava ser e é aí que a gente se faz bem! E é agora que a poesia chega...

Porque por mais que ele conduza o longe, mostrando tudo que dá para fazer. Sou eu que encontro o caminho de acontecer.

Então tentei fazer essa poesia pra te dizer (e aqui eu escrevo pra você) que vai ser lindo o dia que nosso beijo enfim nascer.

Mas fique sabendo que eu não quero ter certeza do que pode vir a ser, até porque você mesmo me mostrou que o melhor é ver e deixar viver.

E o mais importante, pra gente sempre lembrar, é que  na liberdade de me deixar que você existe e é na sua liberdade de ir que me faz querer estar. 

Por isso não se assuste com minha intensidade, eu sou só o presente, aquela sua velha amiga que agora você pode contar. E sim, porque não, de vez em quando te beijar! Falei de novo só pra carimbar.

P.S: Achei melhor o silêncio do poema do que palavras ditas sem coragem de falar.



terça-feira, 29 de junho de 2021

A Dança

Foto Calida Garcia Rawles

A dança me envolveu, entrou no meu corpo.
Não sei te explicar, quando dei por mim eu já estava no seu ritmo, embalada pelo seu compasso.
A dança me acalma, me relaxa e me preenche como língua suave permeando cada centímetro meu.
Ela entrou feito água, apagando pouco a pouco todo o fogo que arde em mim.
A dança me liberta, me deixa solta. 
É difícil de explicar, ela é tântrica, transcende meu espaço, me tira do tempo.
Eu gosto disso.
Eu gosto da dança.
Gosto quando ela entra em mim devagar e sente meu movimento.
A dança me sente sem precisar me olhar.
Ela acompanha minha respiração, ela me inspira, me expira, nua, crua.
A dança me fortalece quando me enfraquece.
Ela palpita meu coração até a garganta de tanto que faz meu sangue correr. 
Ela me cansa, me deixa ofegante querendo mais.
Eu quero isso.
Eu quero a dança.
Eu quero ela perto, dentro, me fazendo transpirar, tencionar, me acabar.
A dança é intensa em mim, mas não é uma paixão que me perde.
Ela é leve feito plié, suave como ballet.
A dança conversa comigo, me joga na arte, me descreve com os dedos.
Vem quando quer e me deixa feliz.
Eu adoro isso.
Eu adoro a dança.
Adoro quando ela vem e gosto ainda mais quando vai embora.
Deixando só a música tocando na sala vazia, deixando só cheiro de incenso no ar.
É, a dança me envolveu, me estremeceu, entrou, saiu, veio, foi e vai voltar. 
Não sei te explicar, quando dei por mim deixei ela entrar e se quiser pode ficar o tempo que precisar, no seu ritmo, no seu compasso.
Dança... você é foda cara!

domingo, 11 de abril de 2021

Despedida

Foto Lua Leça

Odeio você.

Não faz tanto tempo, odeio você agora, talvez hoje.

Odeio porque você fica em silêncio, odeio porque parece que é só eu que me importo.

Odeio sentir sua falta, odeio querer você.

Odeio porque dói, dói mais que a dor.

É angústia, falta de ar, vontade de gritar mas não grito e eu odeio isso.

Odeio o choro sem sentido da falta da presença silenciosa.

Odeio o cheiro que não existe mais, mas eu insisto em procurar no meio dos travesseiros. 

Odeio você.

Odeio agora, odeio nesse momento.


Odeio a falta de respostas e odeio que você usa isso como justificativa para não responder.

Odeio também que, mesmo sem respostas, você planeja cada passo que vai dar e odeio que eu fico perdida no meio desse seu plano.

Odeio esse seu egoísmo e odeio mais ainda a tentativa de ser bom comigo.

Odeio que você não age, parece até que espera pra ver o que eu vou fazer.

Eu te conheço e odeio isso também.

Odeio que tem um lado que eu não conheço, aquele que você nunca me deixou entrar com medo que eu não fosse gostar porque você sabe que não é tão bom assim.

Odeio que você não me toca e odeio mais ainda o abraço por ternura fingindo que tá tudo bem, parece até pena de mim e eu odeio isso também.

Odeio que esse é seu jeito e odeio ter que aceitar.

Eu odeio você, odeio agora, odeio nesse exato minuto e vou odiar ainda hoje, talvez até amanhã e até toda essa dor passar porque odeio tanto te amar.

terça-feira, 5 de maio de 2020

Como Subir uma Ladeira


Foto: Thásya Barbosa
Reinventar é uma palavra que pode assustar, em mim ela me da uma certa preguiça, aquela de revirar os olhos. A sensação que tenho é como se eu visse outra ladeira no meu belo caminho de ladrilhos amarelos e falasse: “Lá vamos nós outra vez”.

Eu não suporto subir ladeiras, é horrível aquela sensação de que o coração vai sair de dentro de você e eu odeio ficar ofegante. Mas por mais que seja ruim, as ladeiras sempre vão estar no caminho e todas essas sensações infelizmente fazem parte dela. É o tal processo que não dá pra fugir se você quer subir até o final.

As vezes você pode até não querer subir e tentar achar um atalho, mas muitas vezes esse atalho pode ser pior. Acredite, já passei por algumas cavernas, elas são assustadoras, escuras, tem poucos recursos pra você sobreviver e algumas fazem você voltar pro mesmo lugar de onde saiu e é muito, muito solitário.

Você também pode querer ficar no mesmo nível muitas vezes e até se acomodar nele, mas uma hora você vai cansar porque já viu o suficiente. Então, enfrentar ladeiras é algo inevitável. E se vai ser inevitável, eu tento e prefiro me divertir!

Nessas minhas jornadas em ladeiras, eu aprendi algumas técnicas bem eficientes que me ajudaram ao longo dos anos a não perder a vontade de subir, porque desistir no meio pode ser muito pior. Então a minha primeira dica é: não volte para o início, em algum momento você vai ter que subir de novo e a segunda tentativa pode ser muito mais demorada.

Outra dica muito eficaz é a hora de parar, se sentir essa necessidade, pare e descanse. Isso vai ajudar você a criar novas forças e ainda podem surgir algumas coisas bem legais nesses intervalos, como poder sentar e respirar fundo por exemplo, tem algumas ladeiras que dá até pra deitar e olhar o céu se movimentando em cima de você, é bem bonito. Aproveite esse momento sem se culpar, apenas descanse o tempo que achar necessário, por mais que pareça, ninguém vai ser melhor por chegar primeiro no topo. Se precisar dormir também, durma. E um segredinho aqui entre nós: meditar é um bônus que pode acelerar o processo.

No meio dessas ladeiras, você pode encontrar outras pessoas subindo, umas podem estar mais rápidas que você, por serem mais experientes, outras podem estar descendo e algumas, bem poucas na verdade, vão querer ajudar. Se essa ajuda chegar de forma genuína, aceite, orgulho não leva você a lugar nenhum e ter alguém pra dividir essa experiência pode gerar boas risadas. Só não esqueça que a ladeira é sua, carregar alguém pode dobrar o tempo de subida. Ah! E o mais importante pra esses encontros é: nunca, nunca se compare! Cada um tem um jeito de subir e muitos gostam de se divertir com quedas. Se alguém rir do seu ritmo ou do seu jeito, tente abstrair e se afaste, esse tipo de “subidores” gostam de roubar todas as suas forças e fazer você desistir, por isso, fique atento.

Outra coisa que pode ajudar bastante é levar algo que você goste, no meu caso, eu sempre levo meus fones de ouvido pra ouvir uma boa musica. Isso também me ajuda a não dar papo pra quem vai me atrapalhar, pois eu finjo que não ouvi dou um sorrisinho simpático e continuo a caminhada. Leve água também, se hidratar e manter sua saúde física é muito importante, ninguém quer ficar doente no meio da subida, né? E dependendo da ladeira, o socorro demora a chegar.
Levar muitas coisas também pode te prejudicar, pois o peso traz cansaço, então é melhor levar somente o que for necessário.

Não pense que sempre vai ser fácil, ou que você vai ficar apenas cansado. Cair e se machucar faz parte da subida, as vezes tem buracos, em outras tem espinhos, mas não se preocupe, tudo cicatriza e essas marcas vão te dar experiência para as próximas ladeiras, nessas horas, o importante é chorar. Sim, isso mesmo, chorar alivia a dor e desinfeta a ferida, experiência própria!

Em todos esses anos de experiência com ladeiras, percebi que não tem uma receita de bolo pra elas, tem subidas que são mais íngremes, outras nem tanto, algumas tem até escadas, mas todas são diferentes. A única coisa que elas têm em comum é o topo. É! Sabe aquela vista que antes você tinha enjoado? Pois então, você sempre vai voltar pra ela, mas sempre que você subir, tudo vai estar diferente, porque na verdade não foi a vista que mudou, é você que está enxergando de um outro jeito, dando valor a detalhes que antes nem percebia. Aprecie esse lugar, se esbalde, abane para quem achou que você não conseguiria, esse momento é só seu! Se divirta no topo, pra quando chegar a hora certa, descer! Isso mesmo descer!

Depois de anos chegando em alguns topos, eu descobri que essa é a parte mais incrível de uma ladeira, não estou falando de rolar ladeira abaixo pelo mesmo caminho que você subiu, isso é burrice! Estou falando de decidir descer por um outro lado, só pra ver o que tem de novo embaixo.

Vou dizer uma coisa pra vocês, descer é libertador! Não tem esforço algum, você só desce porque quer e quando quer! E é a hora que você mais vai se divertir, se quiser pode saltitar, arriscar uns passos de dança, comer umas besteiras, tomar até umas cervejas que nada vai te cansar, porque a descida é muito divertida!

Por isso meus caros leitores, aprendam a subir ladeiras sim e subam quantas quiserem! Mas sempre que poder descida descer! Ficar no topo tempo demais fica chato e cansa. Até porque você vai ver que colocar os pés nas raízes também é bom e faz você nunca esquecer sua essência na hora de ter que se reinventar outra vez.

sábado, 2 de maio de 2020

A Quarentena e Eu

Obra O Planeta Imóvel de Lua Leça
Fiquei me perguntando o que essa quarentena está mudando em mim, de alguma forma a mudança veio sem nem eu procurar. Ela foi orgânica, sentida na pele, tipo uma coceira, que faz você pensar que algo está estranho mas não reage, porque no fundo você quer sentir o prazer de ter que coçar até abrir uma ferida.
Eu sinceramente, no sentido mais literal e verdadeiro possível, não procurei ou me propus a estar aberta a mudanças nessa quarentena. Eu tive apenas aquele pensamento ingênuo de virada de ano com algumas propostas, mas nada extremamente concreto, foi só o momento da contagem regressiva em que você faz alguns pedidos para ter a esperança hipócrita que tudo vai ser diferente.
A verdade é que, na minha teoria, foi um pensamento tão coletivo que se concretizou.

A mudança simplesmente veio sem perguntar se estávamos prontos.

De brinde veio também uma percepção bem aguçada de tudo aquilo que tínhamos preguiça de querer investigar. Aqueles tempos de Jaiminho em que evitar a fadiga era mais prático teve que ficar para trás, ou você enxerga, ou a laranja mecânica te obriga a abrir os olhos. E nessa de abrir, você se depara com muitas coisas.


Em algum desses dias em que só estava sentada arrastando o dedo no meu celular vi o quanto estava sentindo falta dos meus amigos, respirei fundo e comecei a procurar conversas, revi fotos e senti de verdade a saudade de alguns, mas ao mesmo tempo também percebi que outros estavam ali só preenchendo espaço no meu WhatsApp. 

O mais intrigante dessa analise de amizades é que enxerguei que algumas de fato não tinham significado algum na minha vida e ainda descobri que na falta de tempo e na vida corrida de antes, essas amizades eram apenas uma desculpa para evitar a fadiga de desfaze-las. E essa desfeita nem precisaria de um textão para concretizar o “divórcio”, elas simplesmente poderiam se desfazer naturalmente. E sabe por que? Porque na verdade a troca ou a identificação não existe mais ou talvez nunca existiu, essas amizades eram apenas entretenimento, ou até mesmo protocolares. Na minha verdade – vamos deixar o minha bem claro aqui – as amizades nasceram para serem desfeitas, é duro se desapegar do romantismo que também foi criado para elas, mas a real é que cada um tem sua evolução e amadurecimento pessoal e em algum momento um vai ficar para trás, pois os ciclos são tão certos quanto a morte.

O mais louco de tudo isso é que você não precisa ser responsável por elas, porque na verdade você não é e nem nunca foi o pequeno príncipe. O que você cativa é a escolha do outro de se identificar e querer estar ali. A responsabilidade está no que você causa no outro, pois as consequências de lidar com elas serão apenas suas.
No momento em que percebi essas desfeitas naturais, também percebi que eu estava apenas entendendo o que realmente me faz bem. Nessa minha verdade, as amizades têm que me merecer e isso não é nenhuma falta de modéstia, é honestidade comigo mesma. Elas que lutem, não é mesmo?  
Bom, eu não tenho um conselho maravilhoso para dar para vocês com esse texto e essa nem era minha pretensão, isso aqui foi só um desses desabafos que ficam martelando na minha cabeça e que na falta da terapia, escrever tem me ajudado muito.
Mas conclusões precisam ser feitas quando se propõe um conteúdo, mesmo sendo só um texto solto na web. E a única conclusão em que cheguei nesses dias é que pensar é inevitável e que a palavra chave para essa quarentena, pelo menos a minha palavra: é percepção. Pois evita-la será impossível, mesmo que você não queira perceber nada, a laranja mecânica vai te perseguir.  Então meus caros, durmam com essa, ou não, porque tá bem difícil dormir ultimamente!

domingo, 15 de março de 2015

Canseira...

Eu tô cansada...
E não é de Bolsominion, miliciano ou Doleiro.
Eu to cansada é do povo brasileiro.
Que na crista da moda defende a sua pátria em glória,
sem ao menos entender a sua história.
Eu me cansei dessa preguiça disfarçada de opinião,
que acha que um Post muda uma nação.
E ainda tem esse diz que me diz de querer melhorar o país,
apertando um "confirma" sem nenhuma diretriz.
Dizendo que está fazendo sua parte como cidadão
porque está indo a uma urna por obrigação.
Eu me cansei de verdade de todo esse discurso,
Que anda cego devaneando um percurso.
Queria ver dar seta em alguma direção
sem ter má vontade de mover a mão.
Ou ainda parar na faixa pra dar passagem
sem ter pressa de seguir viagem.
Mas é tanta bandalha, tanto jeitinho e tanta esperteza
que chega a ser normal toda nossa frieza.
Eu to cansada da falta de obrigado, de por favor e com licença
porque tudo virou um empurra empurra sem sentença.
E não adianta tentar culpar alguém pra dar justificativa
O Brasil é assim pela nossa falta de iniciativa.
E não vem me dizer que você tem a sua,
apenas porque levou uma bandeira pra rua.
Tem muito facista disfarçado de direita nesse engarrafamento,
e muita conversa pra pouco embasamento.
Vai estudar, vai entender do que é feita essa nação.
e parem de manifestar na boca o que WhatsApp manda na sua mão.
Isso é culpa minha, culpa nossa e de toda uma população,
que deixou a política ser fermentada
num mapa de pizza
e regado num azeite de corrupção.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

CAMINHOS


- Queria que o tempo me desse o seu tempo pra me repartir em dois.


- Eu seria a parte que você desejou de mim e nunca fui. Seria eu no seu. Sendo meu e teu.

- Não era pra deixar de sermos eu e tu, pelo medo de perder nós. Assim não completa dois. Assim só satisfaz um.

- Eu fui além de mim pra tentar alcançar o seu amor. Tive que me segurar em você. Tive que deixar você carregar.

- Você sempre foi leve pra mim, até querer levar em nós todas suas expectativas. Mas mesmo assim eu daria toda minha força para te ter.

- Eu criei seu eu pra mim. Não deixei você ser. Você tinha que ter me soltado. Você deveria ter me deixado. Mas você me atou em ti.

- Era medo de ver você voar e me deixar aqui com todo esse amor escorrendo em minhas mãos. 

- Foi assim que nos cegamos. Foi assim que fiquei sem ar e foi assim que você cansou. A gente só tentou se suprir.

- Eu to indo me buscar. Desculpa, eu fui seus passos por muito tempo. 

- Vai. Foi eu que quis ficar no seu colo. Ali era mais fácil. Pode ir. Eu preciso aprender a andar agora.

...
...
- Pára. Me buscar sozinho também cansa.

- Não dá. O tempo não me deixa.

- Não dá pra fingir a falta. 

- Não. Não dá.

- Então espera.

- Não te vejo. Não consigo...
Eu ainda busco algo em mim pra enxergar o que eu sou. Eu preciso tentar ser.

- Mas ser pros outros não é se encontrar. É se perder de si ainda mais.

- Eu sei, mas quando estamos sem caminho seguimos o fluxo. É a carência dos pés.

- A minha carência é nas mãos. Quando olho pra elas e vejo o vazio.

- Mas não era isso que te cansava? Ver suas mãos cheias de mim?

- Não. Esse foi meu erro. Não querer assumir a responsabilidade de um mesmo caminho. Eu achei que só existia se fosse lindo, se o caminho fosse flores.

- Mas só lindo ia ser só. Ia ser nada. Ia ser fácil. Assim não fica o amor. Assim é fábula,não história.

- Eu sei. Só agora que vejo minhas mãos vazias é que percebo que você era minha força e eu a sua estrada. Isso não é suprir, isso é completar.

- Então corre que meu tempo é seu. Não precisa se repartir.

- Corre também que você foi o que sempre desejei.. o seu assim.

- Vamos fazer o nosso tempo. Sendo eu, sendo você. Sendo assim mesmo.

- Não é pra ser o encontro de um.

 -Não é nem pre se transformar em um.

- É pra ser nós, enfim sós.

- É pra ser nós, enfim dois.

terça-feira, 13 de maio de 2014

Magic

O instante mágico do encanto é o olhar que toca minha pele...
É o calor que passa pelo meu corpo quando me esquento no seu.
É quando me rouba do mundo e me sequestra num sonho sem dormir.
E aí eu me encanto com o momento que vira o instante mágico.
Que me salva do vício de querer fumar em troca da vontade de escutar.
E me deixa falar por horas em um tempo que a gente nem vê passar.
O instante mágico do encanto é te ver encantado com meu  instante...
É a leveza de poder querer mais apenas pela vontade de se sentir bem.
É quando a gente fica do mesmo tamanho e se enrola na água quente do banho.
E aí eu me encanto de novo com a mágica do instante.
Que em poucas vezes de encontro nos deixou soltos apenas por gostar de rir.