terça-feira, 19 de outubro de 2010

Auto Retrato


Não gosto do perfeito, me agonia o ideal,
sou do tipo insensata, amada e poeta.
Gosto de tristeza, me divirto com a dor, nessa minha frieza ilegal.
Se não te agrada, não me aceite, pois não estou me oferecendo assim de esbanjo.
Me enforquem, me arrasem , me insultem...
Não sou do tipo correta e prefiro me pelar em frente a esta hipocrisia.
Aos que atinjo, obrigada pelos olhares foscos e as palavras amargas.
Eu não caio por pouco, só me ergo com coragem.
tive medo, chorei , senti e invejei...
E se te horrorizas com minha sinceridade,
é porque sentiu esta exatidão.
Não tente me julgar, sempre irá se surpreender.
Não sou do tipo que possa sempre te agradar
Os meus princípios eu vivo e minha essência eu exalo
E aos que vivem sem discernir, ou duvidar
aceitam esta imperfeição
pois sabem olhar o verdadeiro e aproveitar o meu melhor!


sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O Convite


Eu sei essa dor que se sente
me lembro da angústia no peito, do aperto no estômago,
ainda sinto aquele peso na garganta.
Um gole de vinho para arranhar a ferida?
Aceite, é de bom grado, só para amaciar o peito e enganar a amargura por enquanto.
Não era para arder dessa maneira, desculpe se te embriaguei com a minha luxúria.
Eu me perco nesse lúdico lugar que criei. Não era para ter entrado, uma visita seria mais aprazível.
Mas eu abri portas, janelas e pior, ainda acendi um incenso...
Eu também teria aceitado meu próprio convite!
Mais um gole?
Pode deixar então, que tomo a garrafa inteira, preciso me embriagar sozinha...
Não posso mais te convidar, está na hora de seguirmos nossos tijolos amarelos,
ou a cor que você escolher... mas os meus são amarelos!
Não se irrite com minha leveza, talvez seja só momentânea, mas é necessária agora.
Essa dor já esteve comigo, e sinto também agora junto contigo.
Mas não quero que a carregue nas costas, leve como um escudo para seguir em frente.
Por favor não me culpe, se te convidei para entrar, foi porque queria que sorrisse comigo, não que só me fizesse sorrir. Não foi para suprir...
Não, não vou te dar o último gole!
Desculpe mas é preciso criar sua própria força, deixe que tomo tudo sozinha.
Se arder na minha garganta eu peço uma Coca-cola! E pode deixar que eu pago!
Isso não é egoísmo, isso é apenas eu... apenas...
Não, não menti, nem interpretei...
e juro... nada foi quimera, pois toda essa intensidade valeu a pena...

Por Giordanna Forte

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Somente Só

É certo que não conseguimos ser ninguém sozinhos, mas precisamos conhecer nossa solidão, lidar com ela. É preciso saber o quanto esse momento é tão nosso que não pode ser desperdiçado com um simples medo.

Necessitamos da solidão, tanto quanto de uma outra pessoa, só assim haverá uma troca sincera.

A solidão é o nosso momento de crescimento, é quando abrimos a porta da nossa alma e paramos para indagar o que nos serve e o que não nos serve. Mas para isso acontecer, insisto no amor.

O amor próprio é o sangue que alimenta a solidão para ela se tornar algo saudável. Como posso entregar meu sangue, meu amor a outra pessoa, se não tenho o suficiente para mim?

O amor não é válido quando supri a solidão e sim quando a completa.

Se conheça melhor e saiba no que você é bom e no que você não é, para quando encontrar o sublime amor, você simplesmente evoluir e não declinar num abismo de dependências.

Eu não posso ensinar um passo de dança, sem saber dançar. Assim só vou fazer alguém dançar pior. Conheça seus passos de dança para poder dançar junto e nada melhor que um espelho para você olhar o que não está bom, mas para isso é bom estar sozinho, para se ver melhor, sem ter ninguém para criticar. Temos a mania de ser aquilo que nos ensinam a ser.

Descubra sua essência e coloque a solidão do seu lado, trate-a como sua melhor amiga, assim você poderá ver o lado bom e sempre que precisar dela, a solidão será um ombro amigo.