sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O Convite


Eu sei essa dor que se sente
me lembro da angústia no peito, do aperto no estômago,
ainda sinto aquele peso na garganta.
Um gole de vinho para arranhar a ferida?
Aceite, é de bom grado, só para amaciar o peito e enganar a amargura por enquanto.
Não era para arder dessa maneira, desculpe se te embriaguei com a minha luxúria.
Eu me perco nesse lúdico lugar que criei. Não era para ter entrado, uma visita seria mais aprazível.
Mas eu abri portas, janelas e pior, ainda acendi um incenso...
Eu também teria aceitado meu próprio convite!
Mais um gole?
Pode deixar então, que tomo a garrafa inteira, preciso me embriagar sozinha...
Não posso mais te convidar, está na hora de seguirmos nossos tijolos amarelos,
ou a cor que você escolher... mas os meus são amarelos!
Não se irrite com minha leveza, talvez seja só momentânea, mas é necessária agora.
Essa dor já esteve comigo, e sinto também agora junto contigo.
Mas não quero que a carregue nas costas, leve como um escudo para seguir em frente.
Por favor não me culpe, se te convidei para entrar, foi porque queria que sorrisse comigo, não que só me fizesse sorrir. Não foi para suprir...
Não, não vou te dar o último gole!
Desculpe mas é preciso criar sua própria força, deixe que tomo tudo sozinha.
Se arder na minha garganta eu peço uma Coca-cola! E pode deixar que eu pago!
Isso não é egoísmo, isso é apenas eu... apenas...
Não, não menti, nem interpretei...
e juro... nada foi quimera, pois toda essa intensidade valeu a pena...

Por Giordanna Forte

2 comentários:

  1. Uau Gio! Não conhecia esse teu talento p/escrita! Parabéns garota!Qta sensibilidade, verdade... adorei!
    Bjo gigante!

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  2. Nossa..
    Que texto! Dá até vontade de interpretá-lo! ;)
    Adorei..
    Parabéns!

    beijao

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